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Dicionário de tradutores literários no Brasil


Reinaldo José Lopes

Perfil | Excertos de traduções | Bibliografia

Reinaldo José Lopes nasceu em São Carlos, no estado de São Paulo, em 29 de setembro de 1978. Atualmente trabalha como colunista, escritor, jornalista, repórter e tradutor. Diplomou-se em jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) em 2001. Defendeu o mestrado em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH – USP) em 2006 e o doutorado, pela mesma instituição e programa, em 2012.

Sua atuação profissional é marcada pelo seu trabalho como jornalista e divulgador de ciência. Lopes foi editor assistente da revista Scientific American Brasil em 2004-2005, ocupou o cargo de repórter e colunista da editoria de Ciência e Saúde do Portal G1 nos anos de 2006 e de 2009. Ademais, desde 2001, trabalha para a Folha de São Paulo onde primeiro ocupou o cargo de repórter do editorial da Ciência do referido periódico, posteriormente assumiu o cargo de editor em 2010. Sua especialidade é a cobertura jornalística das ciências que investigam o passado, destacadamente a arqueologia, a paleontologia e a biologia evolutiva.

Lopes tem dedicado sua carreira de tradutor, iniciada em 2019, à obra de J. R. R. Tolkien. Sua formação acadêmica concentrou-se na análise da obra do autor sob a perspectiva dos Estudos da Tradução, sendo este o tema de sua dissertação e de sua tese.

Além de tradutor, Reinaldo é autor de livros cujo propósito é o de divulgar a ciência, dentre os quais temos: 1499: O Brasil antes de Cabral; Deus – Como Ele Nasceu; Homo Ferox: As Origens da Violência Humana e o que Fazer para derrotá-la, dentre outros. Lopes foi, ainda, colaborador da Revista Super Interessante, através da qual pôde escrever o livro Os 11 Maiores Mistérios do Universo.

Em 2017, venceu o prêmio José Reis de divulgação científica no Brasil, outorgado pelo CNPQ. Além disso, foi o vencedor dos seguintes prêmios: prêmio Abril de Jornalismo em 2006, prêmio ABC de Blogs Científicos pela FFLCRP-USP em 2009 e o prêmio Petrobras de Jornalismo em 2017. 

Verbete publicado em 10 de April de 2024 por:
Hélio Parente de Vasconcelos Neto
Luana Ferreira de Freitas

Excertos de traduções

Excerto de O Hobbit, de J. R. R. Tolkien. Tradução de Reinaldo José Lopes

In a hole in the ground there lived a hobbit. Not a nasty, dirty, wet hole, filled with the ends of worms and an oozy smell, nor yet a dry, bare, sandy hole with nothing in it to sit down on or to eat: it was a hobbit-hole, and that means comfort.

Numa toca no chão vivia um hobbit. Não uma toca nojenta, suja, úmida, cheia de pontas de minhocas e um cheiro de limo, nem tampouco uma toca seca, vazia, arenosa, sem nenhum lugar onde se sentar ou onde comer: era uma toca de hobbit, e isso significa conforto.

It had a perfectly round door like a porthole, painted green, with a shiny yellow brass knob in the exact middle. The door opened on to a tube-shaped hall like a tunnel: a very comfortable tunnel without smoke, with panelled walls, and floors tiled and carpeted, provided with polished chairs, and lots and lots of pegs for hats and coats—the hobbit was fond of visitors. The tunnel wound on and on, going fairly but not quite straight into the side of the hill—The Hill, as all the people for many miles round called it—and many little round doors opened out of it, first on one side and then on another. No going upstairs for the hobbit: bedrooms, bathrooms, cellars, pantries (lots of these), wardrobes (he had whole rooms devoted to clothes), kitchens, dining-rooms, all were on the same floor, and indeed on the same passage. The best rooms were all on the left-hand side (going in), for these were the only ones to have windows, deep-set round windows looking over his garden, and meadows beyond, sloping down to the river.

Ela tinha uma porta perfeitamente redonda feito uma escotilha, pintada de verde, com uma maçaneta amarela e brilhante de latão exatamente no meio. A porta se abria para um corredor em forma de tubo, feito um túnel: um túnel muito confortável, sem fumaça, de paredes com painéis e assoalho azulejados e acarpetados, com cadeiras enceradas e montes e montes de cabideiros para chapéus e casacos — o hobbit apreciava visitas. O túnel seguia em frente, continuando quase (mas não totalmente) em linha reta pela encosta da colina — A Colina, como toda a gente por muitas milhas ao redor a chamava —, e muitas portinhas redondas se abriam a partir dele, primeiro de um lado e depois do outro. Nada de segundo andar para o hobbit: quartos, banheiros, adegas, despensas (muitas dessas), armários (ele tinha cômodos inteiros dedicados a roupas), cozinhas, salas de jantar, todos ficavam no mesmo andar e, de fato, na mesma passagem. Os melhores cômodos estavam todos do lado esquerdo (de quem entrava), pois esses eram os únicos a ter janelas, janelas fundas e redondas que davam para o jardim dele e para os prados mais distante, que desciam até o rio.

 

 

TOLKIEN. J. R. R. The Hobbit. Londres: HarperCollins, 2006.

TOLKIEN. J. R. R. O Hobbit. [Trad. Reinaldo José Lopes] Rio de Janeiro: HarperCollins, 2019.

Excerto de O Hobbit, de J. R. R. Tolkien. Tradução de Reinaldo José Lopes

Under the Mountain dark and tall
The King has come unto his hall!
His foe is dead, the Worm of Dread,
And ever so his foes shall fall.

Sob a Montanha alta e escura
O Rei em seu salão perdura!
Foi-se o clamor da Serpe-Horror,
Contra o inimigo faz-se a jura.

The sword is sharp, the spear is long,
The arrow swift, the Gate is strong;
The heart is bold that looks on gold;
The dwarves no more shall suffer wrong.

Aguda espada, longa lança,
Seta veloz da Porta avança;
Vence o desdouro quem vê ouro;
Do nobre anão eis a usança.

The dwarves of yore made mighty spells,
While hammers fell like ringing bells
In places deep, where dark things sleep,
In hollow halls beneath the fells.

De anãos antigos a magia
Em seus martelos se fazia,
Numa cava a treva sonhava,
No oco salão da encosta fria.

On silver necklaces they strung
The light of stars, on crowns they hung
The dragon-fire, from twisted wire
The melody of harps they wrung.

Em colar de prata puseram
Astros de luz, laurel fizeram
Com luz feroz draco atroz,
Melodia de harpas trançaram.

The mountain throne once more is freed!
O! wandering folk, the summons heed! Come haste!
Come haste! across the waste!
The king of friend and kin has need.

Liberto é o trono da montanha!
Ouvi o chamado, ó gente estranha!
Correi, correi, o ermo varrei!
Na ajuda ao rei ninguém se acanha.

Now call we over mountains cold,
‘Come back unto the caverns old’!
Here at the Gates the king awaits,
His hands are rich with gems and gold.

D’álem dos montes voz chamamos,
“Vindes aos lapedos ancianos”!
No Portão o rei abre a mão,
Ricos tesouros dividamos.

The king is come unto his hall
Under the Mountain dark and tall.
The Worm of Dread is slain and dead,
And ever so our foes shall fall!

Chegou o rei a seu salão
Sob a Montanha na amplidão.
da Serpe-Horror foi-se o temor,
Nossos contrários tombarão

 

 

TOLKIEN. J. R. R. The Hobbit. Londres: HarperCollins, 2006.

TOLKIEN. J. R. R. O Hobbit. [Trad. Reinaldo José Lopes] Rio de Janeiro: HarperCollins, 2019.

Bibliografia

Traduções Publicadas

TOLKIEN, J. R. R; ANDERSON, D. A. O Hobbit Anotado. [Trad. Reinaldo José Lopes e Guilherme Mazzafera] Rio de Janeiro: HarperCollins, 2021.

TOLKIEN. J. R. R. Árvore e Folha. [Trad. Reinaldo José Lopes] Rio de Janeiro: HarperCollins, 2020.

TOLKIEN. J. R. R. A Batalha de Maldon e o Regresso de Beorthnoth. [Trad. Reinaldo José Lopes e Eduardo Boheme] Rio de Janeiro: HarperCollins, 2023.

TOLKIEN. J. R. R. A História da Terra-Média vol. 1. [Trad. Reinaldo José Lopes, Eduardo Kumamoto e Ronald Kyrmse] Rio de Janeiro: HarperCollins, 2022.

TOLKIEN. J. R. R. A História da Terra-Média vol. 2. [Trad. Reinaldo José Lopes, Eduardo Kumamoto e Ronald Kyrmse] Rio de Janeiro: HarperCollins, 2022.

TOLKIEN. J. R. R. A História da Terra-Média vol. 3. [Trad. Reinaldo José Lopes, Eduardo Kumamoto e Gabriel Oliva Brum] Rio de Janeiro: HarperCollins, 2023.

TOLKIEN. J. R. R. A Natureza da Terra-Média. [Trad. Reinaldo José Lopes, Ronald Kyrmse e Gabriel Oliva Brum] Rio de Janeiro: HarperCollins, 2021.

TOLKIEN. J. R. R. A Queda de Gondolin. [Trad. Reinaldo José Lopes] Rio de Janeiro: HarperCollins, 2018.

TOLKIEN. J. R. R. A Queda de Númenor. [Trad. Reinaldo José Lopes, Eduardo Boheme, Gabriel Oliva Brum e Ronald Kyrmse] Rio de Janeiro: HarperCollins, 2022.

TOLKIEN. J. R. R. O Hobbit. [Trad. Reinaldo José Lopes] 1 ed. Rio de Janeiro: HarperCollins, 2019.

TOLKIEN. J. R. R. O Hobbit. [Trad. Reinaldo José Lopes] 2 ed. Rio de Janeiro: HarperCollins, 2021.

TOLKIEN. J. R. R. O Silmarillion. [Trad. Reinaldo José Lopes] Rio de Janeiro: HarperCollins, 2019. 

Obra própria

LOPES, Reinaldo J. 1499: O Brasil antes de Cabral. Rio de Janeiro: HarperCollins, 2017.

LOPES, Reinaldo J. Deus – Como Ele nasceu. São Paulo: Abril, 2015.

LOPES, Reinaldo J. Homo Ferox: As origens da violência humana e o que fazer para derrotá-la. Rio de Janeiro: HarperCollins Brasil, 2021

LOPES, Reinaldo J. Como os vírus e as pandemias evoluem. 1. ed. Rio de Janeiro: HarperCollins Brasil, 2020. v. 1.

LOPES, Reinaldo J. Darwin sem frescura. 1. ed. Rio de Janeiro: HarperCollins Brasil, 2019.

LOPES, Reinaldo J. Um mergulho na tabela periódica. 1. ed. São Paulo: C6Bank, 2019.

LOPES, Reinaldo J. Mitologia nórdica: As origens perdidas de Game of Thrones, O Senhor dos Anéis e outros universos fantásticos. 1. ed. São Paulo: Abril, 2017. v. 1. 260p.

LOPES, Reinaldo J. Tolkien e os mitos escandinavos. 1. ed. São Paulo: Hedra, 2015. v. 1. 4p.

LOPES, Reinaldo J. Os 11 maiores mistérios do universo. 1. ed. São Paulo: Abril, 2014. v. 1. 216p.

LOPES, Reinaldo J. Além de Darwin - evolução: O que sabemos sobre a história e o destino da vida. São Paulo: Editora Globo, 2009. v. 1. 232p.

LOPES, Reinaldo J. O Senhor dos Anéis - Coleção 100 respostas. 1. ed. São Paulo: Editora Abril, 2005. v. 1. 114p. 

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ISBN:   85-88464-07-1

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